o que é ejaculação feminina

O Fluxo Oculto do Prazer: O Que é Ejaculação Feminina e Como Ela Acontece?

A sexualidade feminina é um universo vasto, complexo e, infelizmente, ainda repleto de mitos e tabus. Entre os fenômenos mais misteriosos e fascinantes está a ejaculação feminina, um tema que gera curiosidade, confusão e, para muitas, a busca por um prazer que transcende o orgasmo convencional. Longe de ser um mistério inacessível, a ejaculação feminina é uma resposta fisiológica natural e poderosa que, quando compreendida e acolhida, pode levar a uma profunda expansão do prazer e da intimidade.

Vamos mergulhar no que a ciência e as filosofias como o Tantra dizem sobre esse fluxo, desmistificando o fenômeno e indicando como ele acontece.


 

O Que É a Ejaculação Feminina, Afinal?

A ejaculação feminina é a liberação de um líquido, geralmente transparente ou leitoso, que ocorre em algumas mulheres durante a excitação sexual intensa ou o orgasmo. É crucial distinguir a ejaculação feminina de dois fenômenos frequentemente confundidos:

 

1. Squirting (Espuma ou Jato)

O squirting é a liberação de uma quantidade muito maior de líquido, com consistência e volume semelhantes à urina. Estudos científicos, majoritariamente, apontam que o squirting é, em grande parte, urina diluída (principalmente de bexigas cheias) liberada involuntariamente pela uretra durante o ápice da excitação. Embora seja um fenômeno real e prazeroso para muitas, não é biologicamente a mesma coisa que a ejaculação.

 

2. A Ejaculação (O Fluido Prostático Feminino)

A verdadeira ejaculação feminina é a liberação de uma quantidade muito menor de fluido – tipicamente de 1 a 5 mililitros – com uma consistência diferente da urina. Este fluido é produzido pelas glândulas de Skene (ou glândulas parauretrais), que são consideradas o equivalente feminino da próstata masculina, devido à sua semelhança embriológica e bioquímica.

  • Composição: O fluido ejaculado pela mulher é rico em Antígeno Prostático Específico (PSA), a mesma proteína encontrada no sêmen masculino, o que confirma sua origem prostática/parauretral, e não urinária.

 

A Origem do Prazer: O Ponto G e as Glândulas de Skene

A ejaculação feminina está intimamente ligada à estimulação de uma área específica da anatomia feminina:

  • As Glândulas de Skene: Localizadas na parede anterior da vagina, ao redor da uretra, essas glândulas são as responsáveis por produzir o fluido ejaculatório.
  • A Zona Erógena: As glândulas de Skene estão localizadas na área que se popularizou como Ponto G (ou Ponto Gräfenberg). A estimulação desta área, muitas vezes por pressão rítmica ou fricção, provoca uma intensa excitação que, em algumas mulheres, culmina na ejaculação.

A ejaculação, portanto, não é um evento puramente vaginal, mas sim uma resposta glandular que ocorre durante o orgasmo de algumas mulheres quando essa área específica é ativada.


 

Como A Ejaculação Acontece: Fisiologia e Tantra

O caminho para a ejaculação é uma combinação de fisiologia, relaxamento e, frequentemente, foco mental, como ensina o Tantra.

1. A Fisiologia (O Arco Reflexo)

  1. Estimulação Focada: A chave é a estimulação intensa da parede anterior da vagina, onde estão localizadas as Glândulas de Skene. Isso pode ser alcançado através de dedos, vibração ou penetração em ângulos específicos.
  2. Acúmulo de Tensão: A excitação cresce, levando a uma concentração de sangue na área pélvica e a uma sensação de inchaço na região do Ponto G.
  3. Contração Muscular: No ápice do orgasmo, ocorre uma série de contrações rítmicas dos músculos pélvicos. No momento do orgasmo, essas contrações pressionam as glândulas de Skene, que liberam o fluido acumulado através da uretra.

 

2. A Perspectiva Tântrica (A Entrega Emocional)

No Tantra, a ênfase não está apenas na técnica física, mas na entrega emocional e energética. O Tantra vê a energia sexual (Shakti) como uma força vital que deve fluir livremente. A ejaculação feminina é vista como uma liberação de energia profundamente curativa.

  • Relaxamento e Medo: Muitos instrutores tântricos sugerem que a incapacidade de ejacular não é uma falha fisiológica, mas sim um bloqueio emocional ou o medo inconsciente de se entregar completamente ao prazer e à vulnerabilidade.
  • Respiração e Som: Técnicas tântricas utilizam a respiração profunda e o som (gemidos, suspiros) para relaxar o corpo, circular a energia e superar os bloqueios. A respiração consciente no momento da excitação intensa ajuda a soltar os músculos pélvicos e a permitir o fluxo da energia.
  • Ausência de Pressão: A ejaculação é um ato de rendição. A pressão para que ela aconteça é o maior inibidor. O Tantra ensina a focar na jornada do prazer e não no resultado final.

 

Dicas para Explorar o Fenômeno

Se você busca explorar a ejaculação feminina em sua vida sexual, considere estas dicas:

  1. Atenção ao Ponto G: Experimente a estimulação direta e sustentada da parede anterior da vagina. Mantenha a pressão rítmica e explore o que é prazeroso para você.
  2. Bexiga Vazia e Mente Aberta: Para eliminar a preocupação com o squirting (urina diluída), esvazie a bexiga antes da prática. Isso permite que você se entregue sem a ansiedade da “bagunça”.
  3. Use Almofadas: Para maior conforto e para reduzir a pressão psicológica, use almofadas sob o quadril para elevar a pélvis, o que pode facilitar a estimulação da área.
  4. A Magia da Respiração: Quando a excitação for intensa, respire profundamente pelo nariz e expire pela boca com um som (soltando o ar, o controle e o medo). A respiração é a sua chave mestra para o relaxamento e o fluxo.
  5. Foco no Processo: Lembre-se, o objetivo maior é o prazer e a conexão. A ejaculação é um bônus. Cultive a curiosidade, a leveza e a entrega.

A ejaculação feminina, seja ela o fluido da glândula de Skene ou o fenômeno do squirting, é uma manifestação da imensa capacidade de prazer do corpo. Ao desmistificar e acolher essa parte da sua sexualidade, você não apenas expande seu orgasmo, mas se reconecta com a poderosa e fluida energia da sua própria essência.


Qual é o mito sobre a ejaculação feminina que você mais ouviu ao longo da vida? E como você se sente sobre a ideia de se entregar ao prazer sem pressão?